ANIMAL WELFARE

Por Elisa Cristina Modesto*

O termo bem estar pode ter várias definições, conforme Hurnik (1992), bem-estar animal é o “estado de harmonia entre o animal e seu ambiente, caracterizado por condições físicas e fisiológicas ótimas e alta qualidade de vida do animal”. É importante observar se os animais conseguem expressar suas atividades de forma natural e “feliz”, possuem qualidade de vida.

Na tentativa de construir um consenso em torno da definição de bem-estar, Fraser et al. (1997) sintetizaram as três principais questões éticas que, segundo eles, são levantadas pela sociedade em relação à qualidade de vida dos animais. Primeiro, os animais deveriam sentir-se bem, ou seja, deveriam atingir seus interesses, os quais consistiriam basicamente em estar livres de sentir medo e dor e em poder ter experiências prazerosas. Em segundo lugar, deveriam também ter um bom funcionamento, isto é, poder satisfazer as suas necessidades de saúde, crescimento, fisiologia e comportamento. Por último, os animais deveriam viver vidas naturais, ou seja, deveriam poder viver e desenvolver-se da maneira para a qual estão adaptados.

Como saber se os animais estão “felizes” ou em um ambiente que propicie bem estar? Podem ser feitas medidas fisiológicas com o intuito de obter informações sobre a homeostase do organismo. Desta forma, são mensuradas temperatura retal, frequência respiratória, frequência cardíaca, níveis hormonais, respostas imunológicas e alterações no crescimento. Para o produtor, estas medias podem ser difíceis de implantar, pois podem ter interferência de fatores genéticos, ambientais e medidas científicas que implicam em análises laboratoriais. No entanto, observar o animal, além de não custar nada, é muito prazeroso. Assim o produtor pode visualizar o estado geral do rebanho e/ou do animal, como: animais afastados do grupo, respiração rápida, diarreia, falta de apetite, inquietude, agressividade, etc. Quando o bem estar não está adequado, a produção animal mostra os reflexos, ou seja, há uma diminuição do ganho de peso, atraso na reprodução, mortalidade e a qualidade do produto final apresenta indicadores que algo não vai bem na produção.  Para evitar a perda de produção em um rebanho e melhorar a qualidade de vida dos animais, o produtor pode adotar sistemas que propiciem um maior bem estar, como instalações que não sejam escorregadias, uso de sistemas silvipastoris (uso de sistemas integrais, árvores, pastagem e animais), desmama natural ou fazer desmama controlada e muitos outros manejos que propiciem benefícios para os animais.

É importante destacar que um animal feliz, pasteja, ingere alimentos, ganha peso, manifesta o cio e diante da presença do homem não se assusta, pelo contrário, sente se seguro, assim há uma perfeita interação homem e natureza.

*Elisa Cristina Modesto é zootecnista, professora do Departamento de Zootecnia da Faculdade de Agronomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

This post is also available in: Portuguese (Brazil)

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